domingo, 20 de junho de 2010

A volta por cima...



“Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rom 8:18).


O Apóstolo Paulo se dirige no início desta carta aos romanos com tanta expressividade de alguém que queria estar lá de qualquer modo. Dá-se a entender que Paulo como um romano tinha esta terra em prazer, em ver o que a mensagem de Cristo poderia fazer ali, em ver que a transformação do evangelho poderia fazer uma grande revolução naquele lugar. Neste intuito o vemos apresentando o evangelho de forma prática e concisa. Os relatos da graça, dos dons espirituais, da justificação pela fé, da amplitude e acessibilidade do evangelho são marcantes neste livro.
No texto citado é clara a maneira que ele se porta. Paulo sempre se mostrou grande mesmo diante de aflições, afinal não é qualquer um que canta algemado dentro de uma prisão, rs. É exposto no decorrer do capitulo 8 da carta aos Romanos a identidade dos filhos de Deus, a necessidade e o papel do Espírito Santo na vida do cristão e o que mais me chamou a atenção: Viver incondicionalmente para Cristo.
Se analisarmos a fundo a vida do Apóstolo Paulo, veremos uma vida de altos e baixos, porém não se vê em nenhum momento o sentimento de abandonar sua missão pelas circunstâncias da vida. Ele prefere dizer que as aflições são leves e momentâneas e sofrê-las do que se entregar ao que muitos de nós diríamos: Senhor cesse minha luta, não posso suportar isso! Senhor, onde estás? Me abandonaste? Será que Deus tem olhado pra mim? Ó vida, ó céus!. O que quero dizer é que temos padecido se nossa benção não chegar, se não tivermos dinheiro, se ficarmos doentes, se perdemos alguém e não olhamos justamente para esse aspecto de “aflições terrenas”.
Num diálogo com a palavra descobri muitas semelhanças com minha vida. Paulo apresenta a recompensa que há em se entregar ao amor de Deus.
No decorrer de aproximadamente um ano pra cá tenho tomado algumas lições de vida através da palavra. Deus tem mudado alguns blocos dentro de mim e colocando nos lugares devidos. O que quero dizer é que foi necessário um tempo de reformas para melhor atende-los, se é que vocês me entendem.
Durante este tempo muitas coisas aconteceram. Vi um plano ir por água a baixo, vi outros mudarem de rumo, vi caminhos sendo repavimentados ou mudados de direção o que trouxe em alguns momentos muita indecisão à minha mente, não indecisões quanto a minha vida cristã, mas em relação ao meu chamado. Trabalhei intensamente em São José dos Campos com amigos, - que só de lembra me trazem uma saudade enorme – trabalhei em algumas outras cidades de São Paulo como Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos e algumas cidades de Minas Gerais, e mais algumas outras coisas.
Por um momento me vi ativo no meu chamado mas sem saber o que estava fazendo, foi estranho este sentimento de indecisão porque era como estar num estádio, uniformizado para uma partida de futebol e não saber ao certo o que fazer ali. Era um sentimento de “e agora?” que me rondava todos os dias que deitava em minha cama. Quando menos percebi estava fora de nossa base da Secretaria de Missões, trabalhando para manter-me e parado ministerialmente sem saber que passo dar, e mais adiante sem secretaria de missões, sem trabalhos missionários, sem rumo. A vida que havia recebido para viver para Cristo estava como um terreno baldio, ou como uma horta seca sem sementes para a temporada vindoura.
Não quero dizer nesta carta que me desviei, por favor, não pensem isso, o que quero dizer é que um sonho, um chamado estava jogado ao tempo. Me senti abandonado por mim mesmo, por pessoas próximas e por incrível que pareça até mesmo por Deus as vezes. É estranho saber que foi chamado a algo que não está cumprindo.
O momento que vivi até pouco foi doloroso em vários aspectos, pois me machuquei, machuquei a outros e fui negligente a Deus.
Lendo Romanos 8 tive uma nova perspectiva daquilo que fui feito em Deus. É como se Paulo estivesse dizendo aquelas palavras pra mim e me encorajando a prosseguir.
Ultimamente tenho buscado do Senhor respostas para decisões que devo tomar, e o momento que antes parecia de silêncio, tem sido como gritos dos céus. É como se Jesus estivesse dizendo: - Eu nunca te abandonei, sempre estive aqui, bem do seu lado.
O que tenho a dizer é que o tempo da sequidão acabou. A palavra de ordem que Deus tem me dado é “Prosseguir”. Paulo em muitos momentos se via abandonado pelos próprios filhos na fé, mas nunca se deixou abater, antes se firmava no Amor e prosseguia, simplesmente prosseguia, no abandono prosseguia, na injúria prosseguia, no sofrimento prosseguia, na alegria prosseguia, quando se via só prosseguia, com muitos prosseguia, simplesmente prosseguia. O que interessava era saber que nada se comparava com a Glória que havia de vir. Em 2 Corintios 4:16-18 afirma:

16 Por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dia.
17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória;
18 não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas.

Teria muito mais coisas a dizer aqui, mas deixo o restante para a nova história que está se escrevendo em minha vida. Posso dizer que algumas coisas já começaram a ser escritas como minha faculdade e o maior presente que recebi neste tempo e tem me ajudado em todos os sentidos para esta nova história, que é minha namorada, e como diz meu amigo Eric, “sozinho vou mais rápido, acompanhado vou mais longe”.
Concluo dizendo que foi dado o “Start”, o “Prossiga”, daqui em diante está na hora de fazer história, porque o Rafael que Deus desenhou está tomando forma e está se desenvolvendo, pois os sofrimentos do tempo presente não se comparam a glória que há de ser revelada a mim!